segunda-feira, 12 de setembro de 2011

Há vida após a PERDA?

Você já teve sua fragilidade denunciada? Já viveu uma dor maior que você em tamanho e proporção?
Caro leitor(a), sempre que se perde um ente querido seja pela via concreta (morte) ou subjetiva, (término, desaprovação, desvalorização, depreciação, mentiras cotidianas), instaura-se um vazio, um nada, a morte.
Num cenário de certezas e ilusões... depois... Dar-se o pânico de perder outras coisas... trabalho, casa, filhos e muitas vezes o pânico de ter sua própria vida subtraída concretamente e aqui seria MEDO ou DESEJO? ou MEDO de perceber o DESEJO pela própria morte?
Sigmund Freud, em seu trabalho Luto e Melancolia de 1917, considera quão importante é perceber que no luto a pessoa perde seu desejo pelo mundo exterior, perde a capacidade de adotar um novo objeto de amor, ou seja, substituir o perdido, o sentimento de rejeição esmaga o desejo de ir em frente.
Ao desaparecer, a outra pessoa aflora o sentimento de incapacidade de continuar amando e o fluxo do amor ameaça tornar-se ódio e ressentimento. Isso porque no plano infantil, a ausência do outro se transforma em rejeição diante da qual se reage...odiando.
É necessário viver essa perda, até que ela seja superada, deixar passar o passado e poder voltar a sonhar, estes são critérios Freudianos de saúde mental.
Literalmente ou Metaforicamente... é necessário fazer o “funeral”, é preciso ver o “morto”, passar adiante, virar a página, evoluir de fase.
Mas, como fazer isso?
A análise ajuda, falar ajuda, se ouvir ajuda...
Segundo Freud, a análise a partir da transferência oferece ao “enlutado”a possibilidade de viver, de sentir a dor da perda. É no setting terapêutico, que a pessoa irá desvelar questões, inquietar-se com pontuações, aprofundar-se no sentir e perceber que pode ressignificar, sonhar novamente e amar novos objetos.
Elaborar a dor da perda, em certo sentido, é superá-la após um tempo (e cada pessoa tem o seu), é interessar-se de novo por pessoas e lugares, novos rostos; é PERMITIR um renascimento de objeto, da libido que se dirige ao mundo.
Leitor(a), caso tenha interesse, posso sugerir alguns filmes que tratam dessa questão.
Um abraço.
Dhiulliana Moura
CRP 01/15501

4 comentários:

  1. Oi gostei mto.... quero sugestões de filmes sim...
    acho que essa perda acontece qndo nos desiludimos sobre algo. Pode ser tanto de uma pessoa, qndo de uma coisa ou fase. Como por exemplo a ilusão no trabalho, ou de rotina, quando nos deparamos com a realidade temos a perda. Sofremos igual a perder uma pessoa.

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  2. Sim,esta é a mensagem central do texto... que bom q gostou. Sobre os filmes... Comer, rezar, amar (esse vc já assistiu), fala desse tema; Assim como, O amor não tira férias; As Horas; Como esquecer; E existe um que é forte, pois trata da Falta a partir do Complexo de Édipo, Pecados Íntimos. Então é isso. Até a próxima!

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  3. Muito bom. Vou tomar carona para ver os filmes sugeridos. Podemos assisti-los no consultório em uma intervisão. O que vc acha?

    bjo

    Rana

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  4. Tema apropriado e tratado com muita leveza. Forbes ficaria feliz em ler, vou encaminhar.
    Bom trabalho.

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