segunda-feira, 9 de julho de 2012

Quanto mais tecnológico... menos empáticos?

  Li uma reportagem em uma revista feminina que falava sobre homens que se relacionam “com” programas de computador.

Vou tentar resumir...
A reportagem afirma que no Japão milhares de homens estão apaixonados por garotas que só existem na tela de um jogo eletrônico.
Esses jogos possibilitam a simulação de uma conversa real e por isso atingiram um alto nível de vendas. No ápice desses jogos está o Love Plus lançado em 2009. Os usuários falam no microfone e as namoradas respondem – o software tem milhares de respostas gravadas. É diferente dos jogos antigos, que duravam por um limitado tempo, Love Plus atua continuamente em tempo real.
Essa febre no Japão logo terá uma versão em inglês.
Os usuários levam as namoradas pra jantar, pra viajar, eles brigam, a garota exige reciprocidade em seus contatos, envios de emails etc.
Imaginemos a cena: Um feliz casal conversa e então sai para dar uma volta no parque, para ele um encontro perfeito. Outros, no entanto, veem algo além dessa cena, mais um homem de vinte e poucos anos, sozinho no final de semana, perdido em seu próprio mundo, com mãos e olhos colados num Nitendo DS.
Um dos jovens da reportagem afirma, “ela é muito bonita e especial, não gosto de atrasar para os encontros e se isso acontece ela fica triste e não quero isso, quero agradá-la. Outros homens talvez não gostassem do jeito grudento dela, mas eu adoro, é como se ela não vivesse sem mim”.
Esse tema pode está intrinsecamente ligado às relações atuais.
O maior consumidor são os homens, o que pode denunciar uma tendência cada vez maior da dificuldade de vinculação e interação masculina.
Comparadas às relações reais as virtuais talvez sejam mais “fáceis de dar certo”, porque demandam menos implicação e “condutas sentimentais” passivas a erros e desilusões. É também cada vez mais desafiador para alguns homens se relacionarem “na real” devido à demanda de afetividade e empatia feminina.
Para que aconteça uma relação real é preciso tempo, dedicação e conexão de sentimentos.
Será que nossos jovens e adultos atuais estão cada vez menos preparados para arriscarem-se em vínculos?
Não podemos generalizar...
Essa corrente está forte entre os homens japoneses, mas será se aqui dentre nós “seres brasileiros” a quantidade de relações virtuais não tem crescido?
Quantas horas os jovens se dedicam às salas de bate-papo, às relações virtuais? Qual o fluxo de trocas pessoais há em detrimento às virtuais? Se conversa mais em almoços, jantares, cafezinhos ou no face, msn?
A ideia não é condenar essas práticas, mas o que está ocorrendo no Japão nos traz uma nuance no mínimo, peculiar e que precisa ser observada.
Será isso é o espelho da inabilidade em lidar com frustrações, desencantos, dissabores e acima de tudo, se reconhecer falhos (algo não aplicado a esses programas)?
Quanto mais tecnológico ficamos menos empáticos nos tornamos?
Você leitor deve está se perguntando, como saber de tudo isso? Enfim, não temos as respostas, mas observar e refletir sobre o que ocorre em volta já é um ótimo começo.
Dhiulliana dos Santos Moura
Psicóloga Clínica - CRP 01/15501
Abraços e obrigada pela apreciação!

                                                                                                         


terça-feira, 31 de janeiro de 2012

Psicologia, responsabilidade social.

    Aprendi com alguns mestres que a psicologia vai além da clínica, que ela é importante, porém, é muito mais abrangente.
    Geison Isidro questionava, o que há por trás de cada comercial? o que querem vender? Cintia Ciarallo, afirmava que o olhar de um psicólogo para a mídia deve ser crítico.
    Enfim, vi o novo comercial da Sundown no qual fomenta que nossas crianças e jovens estão ficando muito tempo na frente do vídeo game e computador e reitera que participem de atividades "além quarto" ou net, not, "Ip"....
    Sabemos que a venda do produto é catalisada por atividades ao ar livre, no entanto, é preciso que nós profissionais e afins observemos esse "certo isolamento". No que isso pode resultar?


Dhiulliana dos Santos Moura

quarta-feira, 11 de janeiro de 2012

Estamos a gostar do silêncio e isolamento de nossas crianças...

                                                  ALERTA
 

                   Estamos a gostar do silêncio e isolamento de nossas crianças...

Quero compartilhar uma inquietação surgida há algum tempo numa reunião familiar.
Outro dia minha prima e eu no meio de um jantar para poucos, paramos e ambas observamos a mesma coisa, todos os adolescentes e crianças que ali estavam brincavam ou se conectavam a uma tecnologia diferente.
Percebendo alguns casos em que a garotada tão "quieta", "silenciosa" que tanto gosta de ficar no computador e às vezes nem parece que ali está, mas que pega uma arma vai para o colégio e atira na professora e nos colegas. E observando também o NOSSO recorte mostrado no novo comercial de uma empresa de telefonia, na qual o garoto vai passar um fim de semana com o amigo e ao final reclama que sua estadia não foi tão boa porque a internet lá não é tão rápida ( antes a meninada jogava bola, pulava, fazia guerra de travesseiro e esperava os pais dormirem pra conversarem até mais tarde). E agora?
Enfim, estamos a gostar do silêncio e isolamento de nossas crianças, o seu entretenimento nos permite fazer algo mais que não "dar atenção". E o que dizer das relações cada vez mais frágeis, solúveis e de "acabamento" precoce?
Nas reuniões familiares é cada vez mais raro enxergar o corre corre da criançada. Afinal, é cada um no seu" quadrado", OPZ! no seu Tablet, seu iPad, iPod, jogos no celular....
E aí, o que fazer para não doer tanto quando eles se manifestarem, quando sairem e imitarem sua "vida virtual"?
Dhiulliana Moura