Amigos leitores do Compor Psicologia,
Mais uma vez chegamos ao final de um ano e mais uma vez parece ser interessante uma avaliação sobre a vida, a nossa vida. Algumas vezes, ao mesmo tempo e em tempos diferentes, a vida se nos apresenta efêmera e eterna, triste e alegre, fértil e estéril, longa e curta, importante e insignificante; entediante e empolgante; verdadeira e mentirosa, saudável e doente; quieta e inquietante; iluminada e escurecida; planejada e desorganizada. Tudo isso junto e misturado, às vezes a vida confusa e explicada; por vezes plena de sentido e totalmente sem nexo; sofisticada e simples; amedrontada e ousada; terna e ríspida; elevada e chula.
A visão de complementaridade da vida nos ajuda a ver muito dos matizes e formas do quadro da existência com figura e fundo em sintonia. Percebendo a vida nessa perspectiva dialética somos preservados de cair em um jogo perigoso e visões dissociadas, por exemplo, de que pessoas psicologicamente saudáveis e equilibradas são invulneráveis e invencíveis, e têm sempre idéias, projetos maravilhosos e muita gente bonita, feliz e elegante à sua volta. Por outro lado, e também de forma dissociada uma visão de que a redenção da vida somente se dá por meio do sofrimento.
Para nós, psicólogos do Compor Psicologias foi de tudo isso um pouco, e mais um pouco, ao mesmo tempo e em tempos diferentes. Especialmente, para mim, 2010 foi ano de despedida do meu pai que foi embora em abril, deixando muito sentimento e emoção em forma de poesias, abrindo novas percepções em mim. Hoje , quero compartilhar uma dessas poesias com vocês:
“Se estou sozinho/ me tenho com isso/ que em mim se paira o teu sumisso,/ essa mania de solidão./ Ser ou não ser,/ eis a questão. / Ser, não ser dúvida, contradição.../ Sem de mim ser, / ou ser de ti./ Ou não.” Santamaro (Amaro Santos da Silva).
Que em 2011 vocês sejam pessoas mais plenas do que em 2010!
Abraços
Ranúzia